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Gerenciamento das emoções frente ao diagnóstico de câncer

  • Fernanda Araújo
  • 8 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

O diagnóstico do câncer traz um grande impacto emocional, assim como todo diagnóstico de uma doença grave. Ocorrem mudança de rotina, no corpo e nos planos de futuro causando desconforto emocional não só para o paciente, mas para todos que estão ao seu redor, como familiares e amigos próximos.

O cuidado com a saúde emocional possibilita estabelecer uma melhora na convivência familiar, escolher e aceitar novas atividades e ter mudança de hábitos que levem a ter satisfação pessoal e melhora na qualidade de vida.

Ter acolhimento por parte das pessoas próximas, e não um olhar de compaixão é primordial para que se reestabeleça a confiança e amor próprio. A pessoa precisa ser ouvida em suas angústias, dores e medos, por isso a importância da escuta e acolhimento.

A pessoa diagnosticada com câncer, seja ele de mama ou qualquer outro, precisa fortalecer sua autoestima, identidade e autonomia.

É natural que ao ser diagnosticado com câncer a pessoa desenvolva sentimentos de desesperança, isso porque culturalmente associamos a doença à morte, desencadeando sentimentos como tristeza, raiva, medo, frustração, ansiedade e outros. Mas é preciso que as emoções dessa pessoa sejam entendidas e compreendidas, ela precisa ser ouvida em sua singularidade, pois é um ser único e precisa ser compreendida dessa forma, levando em consideração as suas crenças e trabalhando suas emoções de modo a fortalecê-la frente todo esse processo do novo e de mudanças.

Enfrentar o momento desde o diagnóstico até o tratamento pode ser facilitado ou dificultado conforme as crenças pessoais e experiências passadas que se tem frente a própria doença e ao tratamento. O peso de um diagnóstico, o tratamento e as perdas vividas nesse momento, bem como os diferentes sintomas que surgem, poderão gerar muitos sentimentos e pensamentos negativos. É importante cuidar das emoções visando que o paciente tenha mais esperança e otimismo, proporcionando maior bem estar psicológico, identificando e compreendendo fatores emocionais que afetem a sua saúde, de modo favorecer o curso do tratamento quimioterápico.

Cientificamente sabemos que os pensamentos e emoções ativam o sistema nervoso central, as respostas hormonais e as mudanças comportamentais, podendo causar no sistema imunológico impacto tanto negativo quanto positivo, sendo negativo de forma a aparecer diversas doenças e positivo facilitando a recuperação do organismo. Por isso se faz necessário que o paciente diagnosticado com câncer trabalhe e gerencie suas emoções e pensamentos.

Pesquisas apontam que Depressão e Ansiedade são problemas psicológicos comuns e frequentes em pacientes oncológicos, pois sinais surgem, mas são despercebidos pelo paciente e pela família, devido ao seu estado físico e emocional frente a doença.

O acompanhamento psicológico nesse momento irá ajudar o paciente a prevenir e reduzir os sintomas emocionais e físicos causado pelo diagnóstico e pelo tratamento, viabilizando a ressignificação desse processo, fazendo uma escuta sem julgamentos, preconceitos ou críticas sobre seus sentimentos e autoimagem.

É preciso desenvolver estratégias de enfrentamento em relação a doença e ao tratamento que permitam desencadear emoções positivas como a esperança e o otimismo frente a sua saúde e a situações estressantes do tratamento, contribuindo para a melhor tolerância aos efeitos infortúnios do tratamento, como a quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

O objetivo do apoio a Mulher ou qualquer outra pessoa com diagnóstico de câncer é buscar melhorar, modificar e amenizar o que lhe causa sofrimento e que lhe impede de lidar com as dificuldades, ressignificando o seu estado atual, promovendo reflexão sobre a doença e estado atual, com ajuste emocional positivo.

Ações para ajudar na gestão das emoções:

>>Esteja ao lado de pessoas que lhe proporcionem apoio;

>>Não se anule, lembre-se que você é uma pessoa e tem um papel social;

>>Motive-se e busque atividades que lhe causem bem estar;

>>Expresse sua dor;

>>Seja honesta com você mesma e não tenha vergonha de pedir ajuda;

>>Fale e compartilhar suas emoções, medos, angústias e dificuldades, falar ajuda a organizar os pensamentos;

>>Recorra a grupos de apoio de pessoas oncológicas que já passaram ou passam pela mesma situação;

>>Empodere-se de otimismo e pensamentos positivos diante do tratamento;

>>Fortaleça sua autoestima;

>>Se for possível, continue trabalhando ou realizando atividades que tragam um maior senso de produção e valorização pessoal;

>>Busque tratamento e acompanhamento psicoterapêutico;

Escrito por Psic. Fernanda C. Araújo silva

CRP 06/83664

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